21 junho 2012

Layout Cosplay


Uma ideia parva para uma BD curta, intitulada "Cosplay", surgiu-me há uns tempos e esbocei-a. Gostei do cenário dela, onde o Capitão América da 2ª Guerra Mundial uniria forças com o lendário Zorro, enquanto lutam com tropas Nazi’s em Espanha, sendo tudo depois revelado ser só uma fantasia de miúdos, mascarados no carnaval… Eu sei, é ideia tão tosca quanto os próprios esboços. Todavia – disfrutem…!


A very corny idea for a shot comic, titled "Cosplay", came to me some time ago, so I doodled it down. I enjoyed the basic setup of it, where a WW2’ Captain America would be joined by the legendary Zorro, while fighting Nazi troops in Spain, afterwards having it all revealed as just a kids fantasy, dressed up for Halloween… I know, it’s as crude an idea as these sketches are. In any case – enjoy…!

19 junho 2012

Beja rendez-vous

 
O VIII FIBDB fechou portas há duas semanas. Apesar das dificuldades orçamentais sentidas pela direcção e consequências daí derivadas ao usual funcionamento do festival, consta que o resultado foi positivo. Um brinde à organização e a todos os envolvidos por não deixarem cair um tão querido e necessário evento no panorama do país e, desde já, votos de boa programação em 2013!
Infelizmente, mercê de uma série de noitadas para trabalho e estando no pico de uma constipação (sem esquecer ter tido de fazer uma directa na madrugada anterior!) não estava nos meus melhores dias no fim-de-semana de abertura, em que lá estive. Todavia, não quis deixar de guardar algumas memórias do espaço e exposições…

The VIII Beja’s Comics Festival ended two weeks ago. Amidst the budgetary hardships felt by the management, it seems it went fairly well, all things considering. A toast to the organizers and all others involved, for not letting die this dear and needed event in the country’s comic scene, and best wishes for 2013’s program! Unfortunately, after a slew of working nights and being at the peak of a cold (and also not having slept at well in the previous night!), I was in bad shape when I went there, in the opening week-end. Still, I managed some shots of the space and exhibits…

A entrada da Casa da Cultura, com desenhos e prints do acervo da Bedeteca de Beja, e o espaço comercial.
The Cultural Building’s entrance, with drawings and print owned by Beja’s Comics Library, and the commercial area.


A mostra da ilustradora Maria João Worm, a vencedora do Prémio Nacional de Ilustração deste ano, seguida da fantástica colectiva “Traços Comuns”, do coleccionador e crítico Domingos Isabelino, com pranchas, pinturas e esboços de vários autores renomados.
The exhibit of this years’ National Illustration Award, Maria João Worm, followed by the amazing show “Common Traces”, by private collector and critic Domingos Isabelino, with artboards, paintings and sketches from various renown comics authors.






A expo individual do veteran autor brasileio, Julio Shimamoto, e a colectiva de autores portugueses em celebração da imortal criação de Hugo Pratt, Corto Maltese.
Brazilian veteran author Julio Shimamoto’s individual exhibit, and a collective of Portuguese artists celebrating Hugo Pratt’s immortal creation, Corto Maltese.



Para mim, esta próxima foi a mais conseguida expo deste ano, figurando o percurso autoral do amigo e ex-colega Eliseu “Zeu” Gouveia, repleta de pranchas que me levaram aos tempos do Fantasia Estúdio, e novas BDs, das suas edições no mercado EUA.
For me, this next one was the this year’s best exhibit, featuring the works of my friend and ex-colleague Eliseu “Zeu” Gouveia, filled with artboards that sent me back to the time of our Fantasia Studios, and newer pages, from his USA market editions.




No 1º piso, o destaque à excelente autora Carla Rodrigues, paredes meias com outro promissor autor, Diogo Carvalho
In the 1st floor, spotlight in excellent author Carla Rodrigues, sharing room with another promissing artist, Diogo Carvalho



…E ainda, as exposições dedicadas ao autor/editor Pepedelrey (Go Pepe!) e ao argumentista André Oliveira, do projecto Zona, que marcou a diferença no festival e nos deu um vislumbre ao processo criativo, expondo os guiões junto com os trabalhos.
…And the exhibits dedicated to author/publisher Pepedelrey (Go Pepe!) and writer André Oliveira, from the Zona project, which stood out in the festival and gave us a look into his creative process, showcasing his scripts next to the resulting artworks.





Links:

15 junho 2012

O Infante Portugal vol.3 – Amostras | Samples

Seguem amostras d’O Infante Portugal, com imagens de Capas de Capítulo e páginas da Galeria de Extras, com trabalhos meus e da Susana Resende.


Fora as ilustrações em si, é de salientar a parceria com que fizemos algumas imagens, um artifício pelo qual quisemos insinuar à “passagem da tocha” em matéria de autoria e protagonismo das personagens. Tendo eu assumido a representação do herói titular, criado pelo mestre José Garcês, assinei aqui as capas de capítulo do livro; mas em todas elas, sempre que há representações de figuras ou cenários espectrais, esse pelouro coube à Susana desenhar, por ter sido quem criou a Aurora Boreal, personagem que se move nessas dimensões e depois assume o protagonismo, no final da trilogia (…e mais não digo, têm de ler!).


Esta divisão de representação de “realidades” foi concluída nas ilustrações dos dois últimos capítulos e proporcionou uma mescla de traços engraçada de fazer, resultando bem nalguns casos. A linha expressiva da Susana, inspirada nas gravuras do séc. XIX, ajudou ao aspecto místico das cenas, ao passo que o meu traço mais realista saiu melhorado nessas colaborações. (Podem ver alguns esboços preliminares da Susana, aqui).


Here are some samples from O Infante Portugal, with Chapter’s interior covers and pages from a Gallery of Extras, showcasing works by myself and Susana Resende.
Illustrations aside, I’d like to point out the partnering with which we did some images, a gimmick through which we tried to hint the “passing of the torch”, in authorship and characters protagonism wise: having taken on the title character’s representation, created by master José Garcês, I drew the chapter covers in the book; but in all of those, whenever a spectral figure or setting is shown, that fell in Susana’s field to draw, given she’s who created Aurora Boreal, the new character that moves within those dimensions and later assumes the protagonism, towards the end of the trilogy (…and that’s all you’re gonna get from me!)
That division of reality’s representation wraped-up in the two final chapters and provided a mix of styles kind’a fun to do, and worked out well in some cases. Susana’s expressive lines, partially inspired in 19th century illustration engravings, helped the mystic feel of those scenes, while my more realistic drawings got improved in those collaborations. (Check out some of Susana’s preliminary sketches, here).

Links:

14 junho 2012

O Infante Portugal e As Sombras Mutantes [Apenas Livros; 2012]


Apresentada no VIII Festival Internacional BD de Beja, esta derradeira jornada d’O Infante Portugal encerra uma trilogia por José de Matos-Cruz, e inclui imagens alusivas por autores veteranos da banda desenhada portuguesa e ilustres novos talentos.
Aparecido em 2007 sob chancela Kafre, do autor, o livro inaugural (O Infante Portugal e As Tramóias Capitais) foi reeditado pela Apenas Livros em 2010, a par com a publicação da segunda jornada (O Infante Portugal e A Íntima Capitulação), e tiveram lançamento no 21º Amadora BD. A saga, inspirada pela mitologia mágica nacional e, também, uma ode ao mundo de super-heróis e seus antagonistas, joga com cânones conhecidos do público, ao narrar as aventuras da personagem referencial nos meandros do submundo e de místicas intrigas lusitanas, e a sua identidade secreta - o impecável advogado Rui Ruivo - não passa desapercebida. Aqui, Lisboa é uma cidade imaginária, intemporal, onde se entrecruzam ou entrechocam alfacinhas solitários, vadios e boémios, cidadãos ilustres, paladinos fantásticos, jornalistas e filósofos, inquietos exilados, mulheres prodigiosas, infandos malfeitores e políticos ubíquos…


Sinopse: A rotina sibilina de Lisboa é, imprevistamente, perturbada pela súbita ausência de Nero Faial, o impecável Curador da Fundação de Artes Narcisistas. Movem-se, então, ambições e frustrações – a par com bizarras aparências e intrusões, cuja evocação ou revelação abala a vivência e a memória de gente influente ou dos heróis urbanos. Um primordial Infante Portugal estranha, sobretudo, o inquietante apagamento de Vulcão – o seu mais implacável adversário, e paradoxal líder do submundo. E, como Rui Ruivo, perspectiva – no virtual ponto de intercepção entre aquela figura pública e este mestre marginal – uma subversão alegórica da realidade social e legal, que irá pôr em risco o próprio equilíbrio na vigência do tempo sobre a natureza das pessoas.
Ciclos, mutações. Segredos a descoberto, espíritos desprotegidos. Assim, sobrevém a decadência, crispam-se os desígnios – que, desafiando a dimensão mítica e prosaica, avassalarão o conflito entre luzes e trevas, numa vertigem onírica, irreversível. Suscitando turbulências, subjugando expectativas. Evoluindo a volúpia de outros prodígios e inquietudes…
Tormento, expiação. Sombras volúveis que se adensam sobre a hibridez diurna, espectros suspensos à deriva na fugaz cintilação do caos. A meio de um labirinto sem princípio nem destino. E o mistério da evidência ou da renúncia num coração justiceiro. Entretanto, em tal crepúsculo aventuresco e imaginário, emerge o fulgor épico de Aurora Boreal – um misto fabuloso de candura e acinte, de arrebato e paroxismo, ao vibrar o elã cósmico com a matriz humana.


O Infante Portugal e As Sombras Mutantes (Apenas Livros), por José de Matos-Cruz*, é ilustrado por Daniel Maia e Susana Resende, e Daniel Henriques como arte-finalista convidado. Participam, também, vários artistas de renome e diversos novos talentos, com visões alternativas e criativas do protagonista: Isabel Aboim, Filipe Abranches, Renato Abreu, Teotónio Agostinho, João Amaral, Ana Biscaia, Cação Biscaia, Richard Câmara, João David, Luís Diferr, Fernando Filipe, Sara Franco, José Garcês, Catherine Labey, Zé Manel, J.Mascarenhas, Pedro Massano, Baptista Mendes, Fernando Vilhena de Mendonça, Victor Mesquita, Susa Monteiro, Nuno Pereira, André Ruivo, José Ruy, Eugénio Silva, Augusto Trigo, Maria João Worm e Carlos ‘Zíngaro’.

*Sobre o autor: JOSÉ DE MATOS-CRUZ nasceu em Mortágua (1947) e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra (1973). Foi um dos pioneiros na divulgação da banda desenhada em Portugal, começando por editar um dos nossos primeiros fanzines, Copra (1972), e por co-fundar em Coimbra o grupo Boomovimento, que organizou uma das originais manifestações de BD do país, o designado I Encontro de Banda Desenhada Nacional (1973), na Figueira da Foz, além de promover vários eventos que sedimentaram a BD entre nós. Já em Lisboa, esteve na fundação do Clube Português de Banda Desenhada (1976), entre outros com Franklin Ferreira da Silva, e colaborou em diversas publicações estrangeiras (como El Globo, ¡Bang!, Comics Camp/Comics In, Sunday – Espanha, Il Fumetto – Itália, Falatoff – França).  
É também editor de livros de poesia e prosa pela sua chancela, Kafre, tendo feito crítica de cinema e de BD em jornais e revistas desde os anos ’60; mais tarde, especializou-se com a coluna Quadradinhos no jornal A Capital (1983-2004) e em textos de investigação n’O Mosquito e álbuns das editoras Futura e Eseuve (Espanha), além de fundar e dirigir revistas de BD (Ploc!, Aleph), e colaborar regularmente no célebre Mundo de Aventuras. Mais recentemente, participou nos livros Vasco Granja: Uma Vida …1000 Imagens (Asa) e Fadas Láureas (Prime Books). Com uma extensa bibliografia, em edições individuais e colectivas, trabalhou na Cinemateca Portuguesa, sendo responsável pela Filmografia Portuguesa. Ainda no campo do audiovisual, foi precursor da áudio-descrição e assessor de produção e de programação na RTP, além de professor convidado na Escola Superior de Teatro e Cinema e docente na Licenciatura de Cinema da Universidade Moderna.
De volta à BD, reviveu a personagem de O Infante Portugal/Rui Ruivo – criada originalmente num conto de Os SobreNaturais, sequela ao livro Os EntreTantos (2003) – em saga com auto-edição por Kafre (2007), expandida e culminante na trilogia pela Apenas Livros. Pelo contributo para a BD portuguesa e percurso de carreira, recebeu o Troféu do Júri do VIII Troféus Central Comics (2011), uma das várias distinções que tem granjeado pela dedicação às artes e às letras.

O Infante Portugal e As Sombras Mutantes
(Apenas Livros)
Autor: José de Matos-Cruz
Ilustrações: Daniel Maia, Susana Resende e outros
1ª Edição: Abril de 2012
Dept. Legal: 343759/12 | ISBN: 978-989-618-368-4
Livro de Prosa ilustrada | 164 páginas | PVP: 12,00€
(Ver o Trailer promocional)